domingo, 18 de dezembro de 2011

.:Kanye West - SWU 2011:.

Kanye West não é um rapper qualquer. Apesar de ser um dos maiores nomes do hip-hop atualmente e de carregar quase todos os estereótipos do estilo, o americano é conhecido por sempre tentar levar sua música a diferentes extremos, com resultados variáveis. E foi justamente com essa personalidade megalomaníaca que ele desembarcou no Palco Consciência do SWU Music & Arts Festival no sábado (12).

O americano chegou ao Brasil no embalo da turnê de Watch The Throne, disco lançado em parceria com Jay-Z (que por sua vez, cancelou sua apresentação no Rock in Rio, em outubro). Mas apesar das citações à parceria, boa parte do repertório saiu do elogiado My Dark Twisted Fantasy, o quinto álbum do rapper e produtor, lançado no ano passado.

Visualmente, o show impressiona. Vinte bailarinas subiram ao palco durante H.A.M., faixa de Watch The Throne usada como introdução, que abriu as portas para a sequência Dark Fantasy e Power - cantada em uníssono pelo público, a essa altura, ainda encantado com West.

Ansiosa pelo Black Eyed Peas e embalada por Snoop Dogg, a plateia queria hits. Kanye conseguiu entreter os presentes até Good Life, que sampleia P.Y.T., de Michael Jackson, mas a trinca Love Lockdown, Say You Will e Heartless, todas de 808's & Heartbreak (2008), esfriou os ânimos. Carregadas no auto-tune e com batidas lentas e menos impactantes, as faixas dispersaram parte da plateia, que a essa altura começava a se dirigir para o palco oposto.

Na hora certa, Kanye tentou virar o jogo, e por uns instantes parecia ter conseguido. Touch The Sky fez o público acordar, e Gold Digger causou o primeiro frisson da noite. Logo após o primeiro refrão, o rapper pediu ao DJ que o acompanhava que parasse a música.

"Vocês sabem que ainda estou longe de terminar, né? Então quero todos indo à loucura agora!", pediu. Com a boa resposta do público, Kanye recomeçou a música, desta vez pulando, correndo de um lado para outro - alegria que contagiou o público.

Em All of The Lights, outro sucesso de seu último álbum, ele fez o mesmo. Parou a música, e fez um pedido: "Ei, eu quero que todos vocês lembrem deste momento pelo resto de suas vidas. Pulem! Pulem!". A energia ao redor do palco, com os belos arranjos de iluminação, proporcionaram o momento mais bonito da apresentação, que ainda contou com a participação de Fergie, do Black Eyed Peas, reproduzindo ao vivo o verso que gravou na versão de estúdio da faixa.

Com Stronger, o maior sucesso de West, o jogo parecia ganho. Com samples de Daft Punk, a música embalou outro momento de cantoria, e o saldo parecia positivo para West. Parecia. A sequência final, com as arrastadas e excessivamente longas versões de Runaway e Lost In The World fez a plateia praticamente fugir do Palco Consciência, e desabafos como "que saco!" ou "acaba logo", eram facilmente ouvidos.

Kanye West tinha potencial de fazer um show inesquecível, e se consolidar no Brasil como um dos maiores nomes do hip-hop. Não que ele não seja, mas se quiser conquistar os brasileiros, terá que tentar mais uma vez.


Setlist:
01 - H.A.M. (Intro)
02 - Dark Fantasy
03 - Power
04 - Jesus Walks
05 - Can't Tell Me Nothing
06 - Hell of a Life
07 - Monster
08 - Flashing Lights
09 - P.Y.T. (Michael Jackson) / Good Life
10 - Love Lockdown
11 - Say You Will
12 - Heartless
13 - Run This Town (Jay-Z) / We Will Rock You (Queen) / E.T. (Katy Perry)
14 - Homecoming
15 - Through The Wire
16 - All Falls Down
17 - Touch The Sky
18 - Gold Digger
19 - All of The Lights
20 - Stronger
21 - Chariots of Fire / Runaway
22 - Lost In The World
23 - Hey Mama

Nenhum comentário:

Postar um comentário